sábado, 6 de setembro de 2008

Quem é Joseph Ratzinger? Que podemos esperar dele?


Perguntas e Respostas

Por Mons. Donald J. Sanborn



1- Quem é Joseph Ratzinger?


Nasceu em 1927 na Baviera, e foi ordenado sacerdote em 1952. Durante o Vaticano II, foi o teólogo pessoal do Cardeal Frings. Mais tarde ensinou em Tübingen, a universidade ultra-esquerdista do sul da Alemanha. Paulo VI o fez Arcebispo de Munich em 1970. João Paulo II o colocou a frente da Congregação para a Doutrina da Fé, posto em que permaneceu até tornar-se Bento XVI.



2- De que lado estava no Concílio?


Ratzinger era a mão direita do já mais velho Karl Rahner, que junto com Hans Kung, se uniram para controlar o Concílio. O fizeram mediante a união dos que se chamaram Coalizão Européia, um grupo muito bem organizado de Bispos do norte da Europa que tomaram conta do Concílio. Ratzinger, por tanto, junto com Rahner e Kung, representava a ala da extrema esquerda do Concílio (os progressistas).



3- Então, é apropriado dizer que Ratzinger é conservador?


Não. Do ponto de vista da Fé Católica, Ratzinger nem se quer é católico. É um herege público igual a Wojtyla. Pode ser tido por conservador na medida em que não está a favor do sacerdócio feminino, a contracepção, o aborto, a homosexualidade, etc. Também disse alguma coisa em favor da liturgia tradicional. Mas comparando-o com Papas católicos, tais como Pio IX, Leão XII, São Pio X, Bento XV, Pio XI ou Pio XII, nem sequer pode ser tido por católico.



4- Por que você disse que Ratzinger nem mesmo é católico?


Porque ele é um maníaco ecumênico, mais ecumênico, penso eu, que Wojtyla, se isso é possível. O ecumenismo é contrário a nossa santa Fé. Foi condenado claramente pelo papa Pio XI em 1928, como o equivalente do ‘’abandono da religião revelada por Deus.’’ O ecumenismo é a alma e o coração do Vaticano II. Todos as mudanças litúrgicas, doutrinais e disciplinares do Vaticano II se fizeram em nome do ecumenismo. Em seu primeiro discurso, Ratzinger asegurou aos cardeais que ele vai continuar com as reformas do Vaticano II e com a tentativa de acercar as outras religiões pela via do ecumenismo. Devemos entender que o ecumenismo é o principal problema. O Ecumenismo e o Catolicismo não podem ir juntos, se unir. Se Ratzinger é ecumênico – e ele o é – então não serve para nada (Mt 5,13) e não é papa.


Ratzinger condena o Espírito do Concílio? Angelus, 30 de outubro de 2005:[...] exorto-vos a rezar juntamente comigo à Virgem Maria, para que ajude todos os crentes em Cristo a manter sempre vivo o espírito do Concílio Vaticano II.


55- Qual pensa que será seu programa?


Creio que vai dar um impulso vigoroso ao programa ecumênico. Seu ‘’reinado’’ vai ser curto, e por esta razão penso que ele vai se mover rapidamente até o que ele chamou de ‘’reconciliação na diversidade’’, uma expressão que tomou de Cullman, um ministro protestante. Isto significa que vai se esforçar por juntar todas as religiões em alguma grande organização na qual cada uma guarde sua identidade. Irá começar com os cismáticos e protestantes. Não me vai surpreender que faça alguns audazes movimentos nesta direção. Durante a era Wojtyla, Ratzinger elaborou toda a teologia necessária para isto.



6- A qual teologia você se refere?


A ‘’Nova Eclesiologia’’.



7- O que é a nova eclesiologia?


É o ensinamento concernente a natureza da Igreja de Cristo. A eclesiologia tradicional é muito simples: a Igreja de Cristo é a Igreja Católica Apostólica Romana, que é o único meio de salvação no mundo. Qualquer religião fora da Igreja Católica Apostólica Romana, seja a Grega Ortodoxa, seja a Protestante, Judia, etc., apesar de qualquer verdade que possam possuir, ou ainda sacramentos válidos, são falsas religiões e não são meios de salvação.


Obviamente tal eclesiologia é incompatível com o ecumenismo. Não obstante, já desde 1930 os Modernistas elaborarão uma eclesiologia ecumenista segundo a qual se podem ver alguns valores nas religiões não Católicas. Esta nova eclesiologia se incorporou aos ensinamentos do Vaticano II, e é o veículo do ecumenismo.


O que é a nova eclesiologia? Eis aqui um resumo:

· A Igreja de Cristo e a Igreja Católica Apostólica Romana não são uma mesma coisa, já que as igrejas não Católicas pertencem a Igreja de Cristo, mas não a Igreja Católica.

· A Igreja de Cristo ‘’subsiste na’’ Igreja Católica Apostólica Romana, por quanto como Igreja Católica tem ela a ‘’plenitude’’ de todos os elementos da Igreja de Cristo.

· A Igreja de Cristo, apesar de não subsistir nas igrejas acatólicas por faltar-lhes a estas a ‘’plenitude’’, todavia se encontra de uma maneira imperfeita nessas igrejas não católicas.

· As igrejas acatólicas são, todavia, verdadeiras ‘’igrejas particulares’’ que formam, junto com a Igreja Católica Apostólica Romana a única Igreja de Cristo.

· A Igreja Católica Apostólica Romana está em ‘’comunhão parcial’’ com as igrejas acatólicas, na medida em que elas tem elementos da Igreja de Cristo, tais quais como os sacramentos válidos e doutrinas verdadeiras.

· As igrejas acatólicas são ‘’meios de salvação’’ na medida em que preservem elementos genuínos da Igreja de Cristo.

· Nessas igrejas acatólicas que têm uma Eucaristia válida (por exemplo a Ortodoxa Grega), a Igreja una, santa, católica e apostólica se faz presente cada vez que elas oferecem uma Eucaristia válida.

· As igrejas não Católicas que não estão sujeitas ao Romano Pontífice (que são todas elas) estão feridas por esta falta de sujeição. Contudo, apesar de seu repúdio a supremacia Romana, seguem sendo ‘’Igrejas particulares’’, isto é, igrejas-membro da grande Igreja de Cristo.


8- Que significa tudo isso?

Isto significa o abandono do ensinamento tradicional da Igreja Católica concernente a natureza da igreja de Cristo. Contradiz o ensinamento tradicional, e por tanto, dizemos que o Vaticano II é herético e que Ratzinger é herege por haver promulgado este ensinamento. Por esta razão digo que Ratzinger nem se quer é católico.



Homilia, 29 de junho de 2007: Caros irmãos e irmãs, na profissão de fé de Pedro, podemos sentir-nos e ser todos um só, não obstante as divisões que, ao longo dos séculos, dilaceraram a unidade da Igreja, com consequências que perduram até aos dias de hoje.


9- Que outra heresia Ratzinger abraça?

É evolucionista no concernente a verdade e a Igreja. Em um discurso dado em uma igreja protestante de Roma, em 1993, disse o seguinte: ‘’Consequentemente a meta, a alma de todo esforço ecumênico é alcançar a unidade real da Igreja que implica uma multidão de formas que ainda não podemos definir.’’ Em outra ocasião disse: ‘’por enquanto não me atrevo a sugerir nenhuma realização concreta possível e imaginável desta igreja futura.’’Agora, eu pergunto, o que é mais definido que a doutrina, culto e disciplina da Igreja Católica Romana? Você compreende o quão alarmante é ouvir ele falando tal coisa, que não tem idéia de como vai ser a Igreja no futuro, devido ao ecumenismo? Ratzinger é darwiniano evolucionista no que diz respeito a religião Católica.


10- Expressa Ratzinger esta idéia evolucionista em outro lugar?


Sim, em seu livro Muitas Religiões – Uma Aliança, (1998) Ratzinger faz algumas afirmações muito alarmantes:

· ‘’O que precisamos, de todas as formas, é respeito por todas as crenças de outros e disposição para olhar a verdade no que nos choca como estranho ou raro; tal verdade nos concerne e pode corrigir-nos e levar-nos adiante ao longo do caminho.’’ (p 110)

· ‘'Aprenderei melhor minha própria verdade se entendendo a outra pessoa e permitir a mim mesmo a ser movido ao longo do caminho para Deus que é sempre mais grande, seguro que eu nunca carreguei toda a verdade sobre Deus em minhas próprias mãos, mas serei sempre um aprendiz, em peregrinação até ela, um caminho que não tem fim.’’ (ibid.)


Agora eu pergunto, como alguém que tem a fé católica pode dizer coisas semelhantes? Não ensina a Igreja Católica toda a verdade em nome de Cristo? Ratzinger não tem a fé. Como pode estar a fé católica ‘’em um caminho que não tem fim’’? Como pode dizer um católico, ‘’nunca tive a verdade total sobre Deus em minhas próprias mãos?’’ Não é este evolucionismo dogmático em sua forma mais pura, tal como foi condenado por São Pio X?


Vejamos o que mais disse Ratzinger:

· ‘’Em uma forma de dizer, a religião contem a preciosa pérola da verdade, mas está sempre escondendo-a, e se encontra em perigo contínuo de perder sua essência. A relgião pode cair enferma, e converter-se em algo destrutivo. Pode e deve levar-nos a verdade, mas também pode apartar aos homens da verdade... Podemos achar relativamente fácil criticar a religião dos outros, mas devemos estar prontos a aceitar críticas de nós mesmos e de nossa própria religião.’’ (Ibid.)

· ‘’Karl Barth [teólogo protestante] distinguia no cristianismo religião e fé...Tinha razão enquanto a que a religião do cristão pode cair na enfermidade e converter-se em superstição: a religião concreta na que se vive a fé deve ser continuamente purificada no fundamento da verdade, essa verdade que se mostra a si mesma, por um lado, em fé e, por outro lado, se revela a si mesma novamente através do diálogo, permitindo-nos conhecer seu mistério e infinitude.’’ (p. 111)


A partir destas afirmações, está claro que Ratzinger tem a idéia modernista de que a fé é a experiência religiosa de cada homem, que esta se distingue de sua religião, por exemplo, o conjunto de dogmas, observâncias litúrgicas e disciplinas que sustenta e pratica. Disse que a Religião pode corromper-se. Portanto deve estar sujeita a uma constante purificação que se alcança com a fé – que não é religião – e diálogo, por exemplo, com outras religiões.


Esta distinção entre religião e fé é tipicamente modernista. Sujeita a ‘’religião’’ a uma perpétua mudança. Em outras palavras, como disse mais acima, não temos idéia de como será a igreja futura.


O ensinamento Católico, em contraste é que o objeto de nossa fé são os dogmas infalíveis ensinados pela Igreja Católica Romana, a que é absolutamente imutável e irreformável. A liturgia e as disciplinas da Igreja conforme a estes dogmas imutáveis são portanto também imutáveis na sua essência.


Escutemos o que Ratzinger diz sobre a atividade missionária da Igreja Católica:


· ‘’No futuro a atividade missionária não poderá proceder como se fosse um caso de comunicação com alguém que não tem nenhum conhecimento de um Deus que ele tem que acreditar.’’ (p. 112)

· ‘’A proclamação do Evangelho tem que ser necessariamente um processo de diálogo. Nós não estamos contando algo a outra pessoa que seja totalmente desconhecido; em vez disto, estamos abrindo fenda escondida de algo com o qual já está em contato em sua própria religião.’’ (Ibid.)

· ‘’O diálogo entre religiões deve converter-se mais e mais um escutar ao Logos, que está apontando para nós,em meio de nossa separação e nossas afirmações contraditórias, a unidade que já compartilhamos.’’ (Ibid.)


Estas afirmações de Ratzinger destroem por completo o ensinamento da Igreja católica, no sentido de que Ela é a única Igreja verdadeira fora da qual não há salvação. A Igreja Católica nunca levou a cabo sua atividade missionária desta forma. Nunca ‘’dialogou’’ com as falsas religiões. Ao passo que sempre foi cuidadosa em não insultar as pessoas, e até aceitou alguns de seus costumes não incompatíveis com o Catolicismo, nunca reconheceu valor nas falsas religiões. Acaso São Pedro ou os papas dos primeiros tempos ‘’dialogaram’’ com os romanos idólatras para encontrar a ‘’unidade que já compartilham’’?


A Igreja de Ratzinger é desconhecida para os católicos e para a história do catolicismo. Ratzinger nos está pedindo que abandonemos a eterna e imutável Igreja de Cristo para aderirmos a uma desconhecida Igreja do futuro.



Ratzinger distribuindo a Eucaristia para um protestante, Irmão Roger da Comunidade Taizé. Ratzinger diz sobre Roger:’’ Frère Schutz está nas mãos da bondade eterna, do amor eterno, chegou à alegria eterna.’’(Zenit17-08-2005) E ainda : ‘’Seu testemunho cristão de fé e de diálogo ecumênico foi um ensinamento precioso para gerações inteiras de jovens’’ (Zenit 16-08-2006)


11- Como pensa que Ratzinger vai tratar os tradicionalistas?


Penso que vai ignorar por completo os sedevacantistas. Quiçá excomungue a um de nós. Creio que vá dar algo ao movimento do Indulto e a Fraternidade de São Pedro. Eles aceitam o Vaticano II e não tem problema com a nova eclesiologia. De modo que Ratzinger não vai a ter problemas, creio, em garantir-lhes melhor status do que Wojtyla deu-lhes. Wojtyla odiava o movimento tradicionalista. Ratzinger é diferente. Em matéria de gostos, é mais conservador que Wojtyla, e vai preservar a conservação da Missa Latina Tradicional, algo assim como uma peça de museu. Enquanto se empenhe com a ‘’reconciliada diversidade’’ as pessoas do Indulto e da Fraternidade de São Pedro vai a ser favorecida por Ratzinger.


Dessa forma, penso que Ratzinger vai apelar a ala esquerda da Fraternidade de São Pio X para regularizar-la, isto é, a colocar sob o controle do Vaticano. Vai garantir-lhes consideráveis concessões. Se ele obtiver êxito, vai dividir este grupo, como já estão divididos entre esquerda e direita.


De toda forma, penso que, desgraçadamente, o que sobrar da Fraternidade São Pio X vai seguir alegremente na mesma velha linha de ‘’estar com o Santo Padre’’ – uma evidente mentira – e ao mesmo tempo continuar com sua pratica de desafio por medo da desobediência organizada e universal contra ele. Ou seja que não há muita esperança ali.


12- Então, qual será nossa atitude a respeito de Ratzinger?


A mesma atitude que tivemos com Wojtyla: que não é católico porque é herege, e que está impondo aos católicos uma falsa religião. Por ambas razões, não pode ser um papa católico. Seguiremos como sempre, rogando a Deus que algum dia nos de um verdadeiro papa católico. Somente mediante um verdadeiro papa católico nossa Igreja Católica e nossas vidas católicas poderão voltar a normalidade.


A Sé está vacante.



RESUMO:


· Ratzinger é herege principalmente por sua posição a respeito das coisas condenadas pela Igreja: o ecumenismo e a nova eclesiologia.


· Ratzinger é evolucionista no que diz respeito a natureza da Igreja, o qual demonstra uma atitude herética contra a Igreja, que é um objeto de nossa fé.


· Ratzinger disse que os católicos não tem toda a verdade sobre Deus, e devem dialogar com acatólicos para acha-la.


· Precisamos perseverar em nossa resistência ao modernismo sustentando que Ratzinger é um falso papa e persistindo nos ensinamentos que foram legados de nossos antepassados como Fé Católica.



( MHT Newsletter, Maio 2005; Most Rev. Donald J. Sanborn - Reitor, Most Holy Trinity Seminary - bpsanborn2002@yahoo.com )


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Tradução feita de: 'Don't Get Your Hopes Up about Ratzinger: Q & A' - http://www.traditionalmass.org/articles/article.php?id=63&catname=15 ; também em espanhol: '¿QUIÉN ES JOSEPH RATZINGER?¿QUÉ PODEMOS ESPERAR DE ÉL?' - http://ar.geocities.com/verdadunica01/ratzinger.html


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